O
ministro Paulo Guedes afirmou no fórum econômico mundial de 2020 em Davos na Suíça
(painel "Shaping the Future of Advanced Manufacturing", https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/01/21/o-grande-inimigo-do-meio-ambiente-e-a-pobreza-afirma-guedes-em-davos.htm,
acessado em 22/01/2020) que o grande inimigo do meio ambiente é a pobreza.
Infelizmente
as palavras do Guedes revelam que ele é um profundo desconhecedor das atuais
tecnologias agrícolas. As mais modernas técnicas de plantio trabalham a
integração da lavoura e pecuária com a floresta.
Os
custos são menores nesta modalidade e o resultado por hectare quadrado é muito
maior. As tecnologias integração lavoura-pecuária- floresta (ILPF) desenvolvidas
pelo Embrapa (https://www.embrapa.br/web/rede-ilpf/o-que-e)
preservam o meio ambiente ao mesmo tempo em que produzem em fartura alimentos
bons e baratos.
Quando
o ministro fala publicamente ele está representando a nação brasileira. Quando
ele apresenta profundo desconhecimento das tecnologias mais modernas desenvolvidas
aqui no Brasil pelos pesquisadores do Embrapa, ele deixa a impressão de que
todos os brasileiros ignoram a realidade que existe em 2020.
Em
outras palavras ele transporta o desconhecimento dele para todos os
brasileiros. Da mesma forma que o Guedes tomou um banho de loja para aparecer
elegante, ele precisa tomar um banho de atualização para parecer um líder que
vive em 2020.
Quando
ele falou "Num país como o Brasil, que está um pouco atrás (em relação às
inovações), temos um pouco de preocupação", ele usou de profundo
eufemismo. A realidade é que o Brasil praticamente não inova e estamos muito
para trás. Ele não deveria estar um pouco preocupado, deveria estar muitíssimo
preocupado
Ele
falou em eliminar os obstáculos, mas até agora nada fez para eliminar a
principal barreira contra a inovação. Enquanto existir o preconceito contra o
cabelo branco no emprego e o baixo nível de confiança entre os brasileiros, as
inovações serão restritas no território nacional.
Sobre quem inventou o
avião, o ministro não mencionou que a França também considera os irmãos Wrights
como seu inventor (Even in France -- never a country too eager to agree with
the U.S. point of view -- the Wrights are considered to have flown before
Santos-Dumont, says Claude Carlier, the director of the French Center for the
History of Aeronautics and Space, https://edition.cnn.com/2003/TECH/ptech/12/10/brazil.santosdumont.reut/). De
qualquer forma é um fato do século passado que não deveria estar na pauta de
2020.
Sobre
a afirmação "Perdemos a grande onda da globalização e da inovação, então
essa mudança vai levar um tempo (para ocorrer no Brasil), mas estamos a
caminho", novamente vemos o uso de eufemismo para tentar mascarar a
realidade. O Brasil está absurdamente longe de um processo de inovação porque
faltam todas as tecnologias sociais que habilitam o ambiente gerador de
novidades. O Brasil claramente vive a cultura do atraso.
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