terça-feira, 10 de agosto de 2021

Fatos e achismos

Algumas pessoas confundem fatos com achismos. A dificuldade de entendimento é tão grande que alguns confundem um programa de recompensas (compras recorrentes para virar categoria diamante) com Gamification.

 

O rompante de soberba é muito grande. Existem os que afirmam que que muitas pessoas precisam aprender como implantar uma base de conhecimento.

 

Os mercadores, ignoram que existem técnicas, ferramentas, métodos, metodologias etc. disponíveis no mercado para implantar uma base de conhecimento desde a segunda metade dos anos 1990s. São mais trinta anos de vastos recursos disponíveis.

 

Não é difícil perceber que durante todo este tempo foram raríssimos os casos nacionais de implantação bem-sucedida de uma base de conhecimento. O pequeno histórico dos sucessos nesta seara tem um nome em comum.

 

Apenas para ilustrar porque tantos fracassos ocorreram e porque a tecnologia, os métodos, as metodologias etc. não tem o poder de tornar uma implantação de base de conhecimento em um sucesso vou resumir um caso.

 

Em 2016, um banco solicitou para o seu cliente, o recadastramento das informações pessoais para atualização da base de conhecimento (observe que estou falando de um setor da economia profundamente organizado e regulamentado). Foram preenchidos formulários e entregues copias de documentos.

 

Em 2017, o cliente resolveu consultar o banco sobre a remuneração de algumas aplicações. Ele ligou e o atendente solicitou diversas informações para confirmar que ele era ele mesmo. Uma da informações solicitadas foi a data de nascimento (posteriormente será revelado porque explicitei apenas este detalhe do atendimento).

 

Durante o processo, o atendente disse que as informações fornecidas não batiam com o cadastro e por isto a ligação seria encerrada. Foram feitas três tentativas de contato naquele dia. A resposta foi sempre a mesma do primeiro contato.

 

Como o cliente tinha outras opções, ele consultou as aplicações em outras instituições financeiras e praticamente desistiu de trabalhar com aquele banco.

 

Em 2021, passados cinco anos do recadastramento, ele recebeu um e-mail do banco felicitando pelo aniversário em um dia que não era o aniversário dele.

 

Ele informou o fato ao gerente da conta dele. O gerente informou que o cadastro dele estava errado e ele iria corrigir com base na documentação que foi enviada para o banco em 2016.

 

Passados cinco anos, o cliente descobriu por que não conseguia transacionar com aquele banco. A data de nascimento foi cadastrada errada na base de conhecimento do sistema pelo funcionário do banco.

 

Erros acontecem, o real problema é que os atendentes que faziam as perguntas de segurança nunca reportaram para o gestor da base de conhecimento que uma pessoa ligou três vezes no mesmo dia, acertou nove entre dez perguntas de segurança e sistematicamente ocorria um erro na data do nascimento.

 

O motivo para não informar ao gestor da base de conhecimento era que ele não existia. Era um personagem fictício do faz de conta comandado pelos mercadores de falácias de algumas implantações que ocorrem no Brasil.

 

Hoje as dez perguntas de segurança são acertadas, porque um gerente interessado no negócio do cliente (mercado pet) resolveu fazer o trabalho. É obvio que o gerente só fez isto por interesse na captação de recursos.

 

O interesse dele é traduzido em bônus, bufunfa, gaita etc. Não é traduzido na conversa fiada de botequim dos mercadores (orgulho, fama, propósito, camaradagem, realização etc.).

 

A correção do cadastro só ocorreu porque o gerente do banco foi solicito diante da informação fornecida. E ele foi solicito porque o banco tinha interesse no dinheiro movimentado no mercado pet.

 

Sem confiança entre as partes a base de conhecimento terá o mesmo destino que ela sempre teve no Brasil. Fracasso total. Sempre existirão situações em que os mercadores de falácias mostrarão a sua visão míope, superficial e tacanha sobre um determinado assunto.

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