Uma
grande parte do planeta está em quarentena. É cada vez maior a quantidade de
cidades que estão fechadas. Pessoas estão sendo aconselhadas ou obrigadas a
ficarem nas suas casas por um grande período.
Muitas
empresas estão neste exato momento percebendo por que é tão importante ter um
plano de continuidade do negócio. Apenas 40% das firmas nos Estados Unidos estavam
preparadas em termos de tecnologia e treinamento para trabalhar em home office.
Aqui
no Brasil, a realidade é bem pior. Estamos vendo negócios sendo interrompidos
porque não existem computadores disponíveis para os funcionários trabalharem em
casa. Em adição ao problema do notebook temos o problema da rede de
telecomunicações que não oferece boas soluções em termos de desempenho na
maioria das cidades.
Com
o confinamento, o pico do consumo de energia residencial mudou. Poderemos ter
em breve graves problemas energéticos em paralelo ao risco de um apagão na
internet. A falta do plano de continuidade do negócio fez com que a maioria dos
funcionários das empresas não fosse educada para trabalhar em casa.
“Luiz
Bichara, um dos maiores tributaristas do país, diz que advogados têm de estar
apresentáveis” (Advogado reclama que funcionários fazem home office com pijama
e 'olho remelento', https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/03/advogado-reclama-que-funcionarios-fazem-home-office-com-pijama-e-olho-remelento.shtml?origin=folha,
acessado em 35/03/2020).
No
caso do artigo acima, os funcionários foram treinados sobre as tecnologias físicas
para trabalhar em casa, mas não sobre as tecnologias sociais (comportamentais).
É um claro sinal de que o negócio vai afundar em pouco tempo se não ocorrerem mudanças.
Muitas
das poucas empresas que fizerem um plano de continuidade do negócio morrerão durante
os meses de isolamento da sociedade brasileira porque nunca entenderam que devem
trabalhar tanto as tecnologias físicas como as sociais.
A
maioria das empresas que não fizeram a sua lição de casa poderão morrer em
breve porque não são capazes de atender os seus clientes pela internet. A falta
de capacitação da corporação está levando muitos empreendedores para o desespero.
As
declarações do Junior Durski mostram com clareza que as empresas deles não
estão capacitadas para operar na situação de vendas exclusivas pela internet (Coronavírus:
dono do Madero critica fechamento parcial do comércio, https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/03/23/coronavirus-dono-do-madero-critica-fechamento-parcial-do-comercio.htm).
Unidades
em São Paulo operam com baixo estoque, pedem ao cliente que compre pouco e
demoram mais de três semanas para entregar (Sobrecarregados por pedidos após
coronavírus, supermercados suspendem delivery, https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/sobrecarregados-por-pedidos-supermercados-suspendem-entregas.shtml).
É
fácil perceber que as fragilidades para vender exclusivamente pela internet do
segmento de restaurantes são as mesmas de outros segmentos que nunca pensaram
em elaborar um plano de continuidade do negócio.
Neste
momento em que as pessoas estão isoladas em casa, os supermercados suspendem o
seu serviço de delivery. Ou seja, não tem capacidade operacional para trabalhar
com a demanda do século XXI.
No
dia em que estes setores forem expostos à competição contra empresas qualificadas
como por exemplo a empresa Amazon, eles irão sumir do mapa porque não entendem
a importância da digitalização do negócio. A crise do coronavírus está
revelando a natureza frágil das operações das empresas brasileiras.
As
dificuldades técnicas e comportamentais do home office estão revelando com
muita transparência o custo da falta de produtividade empresarial. É importante
destacar que não é um problema apenas do mercado privado. O poder publico ainda
não foi capaz de perceber como o trabalho remoto pode resolver graves problemas
da pandemia do coronavírus.
“Em
entrevista ao Bora SP, Lauro Michels disse que preço subiu de R$ 0,11 para
quase R$ 5 – cerca de 4500%” (Prefeito de Diadema chora e denuncia aumento de
4500% no preço de máscaras, https://noticias.band.uol.com.br/coronavirus/noticias/100000985872/prefeito-do-abc-chora-e-denuncia-aumento-de-4500-no-preco-de-mascaras.html).
É
notório que faltam máscaras de proteção no Brasil. O produto está em falta nas farmácias
e por conta da escassez o preço está disparando. Com o confinamento da população
nas suas casas surge o problema da renda. Como gerar renda em um momento tão difícil.
Muitas
pessoas no Brasil têm máquinas de costura e sabem costurar, portanto podemos
iniciar uma ampla produção de máscaras usando as redes sociais como infraestrutura
operacional. Os Trolls montaram redes enormes de trabalho colaborado e
cooperado em diversos momentos para atacar os seus desafetos. Então nós também
podemos fazer. Neste caso não vamos atacar, vamos salvar vidas.
Basta
encontrar 10 mil pessoas que produzam cem máscaras de pano por dia que teremos
uma produção de um milhão de máscaras por dia. O governo usa a sua
credibilidade para conseguir retalhos de panos das fabricas de roupas e envia
para as costureiras. Elas produzem máscaras e recebem pagamento do governo.
Temos geração de renda e de produtos que salvam vidas. Não é difícil encontrar
caminhos no home office para gerar riqueza.
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