Mesmo
vivendo uma das maiores crises econômicas da história do Brasil, o país
continua desperdiçando recursos monetários valiosos. É impressionante como a
falta de capacitação e de conhecimento leva as Pequenas e Médias Empresas (PMEs)
a jogarem no lixo o seu restrito capital. Leitura recomendada, 'Robin Hood às
avessas' define situação das micro e pequenas, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1897596-robin-hood-as-avessas-define-situacao-das-micro-e-pequenas.shtml?mobile,
acessado em 04/07/2017.
As
dificuldades intelectuais estão impedindo que os brasileiros enxerguem as
tolices que estão defendendo. No mês de junho eu presenciei algumas tolices
defendidas por pessoas de boa qualificação. Em um debate sobre a reforma
política um bem-conceituado advogado atacou a falácia do voto facultativo e
defendeu o voto obrigatório através do que ele chamou de modernização do
significado da palavra liberdade. Para ele liberdade significa liberdade de
participação onde todos são obrigados a participar.
Na
argumentação deste advogado e que foi defendida por uma outra advogada presente
no mesmo evento, os mais ricos vão para a praia nas eleições se o voto for
facultativo e os votos radicais prevalecerão nas votações. Ou seja, uma minoria radical vai decidir as
eleições. Quando eles foram confrontados com a realidade que a chapa que venceu
as eleições presidenciais de 2014 alcançou no segundo turno 54 milhões contra uma
população de 200 milhões (cerca de 25% dos brasileiros) eles não souberam explicar
como o voto obrigatório gerou o fenômeno da eleição ser vencida pela minoria dos
brasileiros. Outras barbaridades sobre a representatividade na reforma política
foram afirmadas pelos autoproclamados “especialistas”, mas este escopo foge do
objetivo da postagem.
Um
outro exemplo da cultura da inutilidade e do desperdício foi feito por um amigo
de longa data. Ao defender o plano estratégico da estatal citada no artigo “Eletrobras
tem um 'monte de safados', diz presidente da estatal” (http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/06/1895373-eletrobras-tem-um-monte-de-safados-diz-presidente-da-estatal.shtml?mobile,
acessado em 04/07/2017) ele conseguiu a
proeza de afirmar que os funcionários considerados inúteis pelo presidente da
empresa devem ser desligados aos poucos porque (pasmem) o meu amigo afirmou que
eles são úteis.
É
gostar demais de ver o dinheiro dos impostos sendo desperdiçado. A rede
Starbucks da cidade de São Paulo também protagonizou a cultura da inutilidade e
do desperdício. Sem que o cliente solicite ela imprime e dá para o cliente a
senha da sua rede Wi-Fi. O lixo da cafeteira está lotado destes de papéis
rejeitados pelos clientes. Era só perguntar e imprimir para quem pedir.
Uma
situação grave de inutilidade e desperdício está ocorrendo de forma recorrente
em diversas cidades no Brasil. Diariamente em diversos pontos da famosa avenida
Paulista na cidade de São Paulo, encontramos pessoas distribuindo milhares de
panfletos. Basta olhar nos lixos que percebemos que do jeito que o panfleto vem
ele vai para o lixo. As pessoas não leem. Existem muitas explicações para o
fenômeno. Uma delas é que é a propaganda já foi recebida anteriormente. Os
gastos para produzir e distribuir os panfletos são inúteis e representam
desperdícios de dinheiro para as PMEs.
Os
empresários e gestores só repetem o que tem sido feito nos últimos vinte anos.
Eles são incapazes de perceber que este estratagema para divulgar os produtos e
serviços é apenas dinheiro jogado fora. Infelizmente o Brasil tem uma larga e
antiga tradição de desperdício. Em 2005 foi publicado o livro “Brasil: O País
dos Desperdícios” (Auriverde Inovações/2005). O autor José Abrantes destacou na
obra que o país desperdiça 150% do PIB (Produto Interno Bruto, https://pt.wikipedia.org/wiki/Produto_interno_bruto,
acessado em 04/07/2017) em alimentos, água, energia elétrica, desemprego,
analfabetismo, doenças e lixo. Ou seja, a nação pode ser mais rica do que ela é
atualmente.
É
com muita tristeza que registro que passados 12 anos da publicação do alerta do
pesquisador da UERJ (José
Abrantes), pouco ou nada mudou em relação a cultura da inutilidade. Se nem
mesmo a maior recessão da história do Brasil foi capaz de mudar o gigantesco
desperdício nacional, eu não sei o que fará. Passou da hora de mudarmos este estado das
coisas. Para o bem da juventude nacional eu espero que esta postagem mude a
cabeça dos gestores e empresários. Ser efetivo tem que ser o novo normal.
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