Poucas
vezes na história da humanidade uma cidade foi tão castigada por administrações
medíocres como a cidade de São Paulo. Desde o ano de 1989 até o ano de 2016 a
cidade vem sendo governada pelas mais tolas promessas proferidas na face
terrestre. Exceto pelo curto período entre 2005 e 2006 a cidade foi gerida pelo
pior do pior. Em 2016, a prefeitura realizou a proeza de tirar o leite das
crianças (Em fim de gestão, Haddad reduz entrega de leite para crianças, http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/10/1825957-em-fim-de-gestao-haddad-reduz-entrega-de-leite-para-criancas.shtml, acessado em
03/11/2016). O período de 28 anos compreendido entre 1988 e 2016 foi marcado
por uma infinidade de crises econômicas e lamentavelmente nada foi aprendendo
com elas.
O
período não foi marcado apenas por crises, ele também foi marcado pela
destruição do centro histórico da cidade e consequente deslocamento do centro
empresarial na direção da zona rica e cara da cidade. Este deslocamento apoiado
pelo tolo planejamento da ocupação do solo realizado pela prefeitura da cidade
gerou a atual situação onde a cidade faz menos com mais dinheiro. A
produtividade da cidade e do pais está sendo profundamente comprometida pela
incapacidade da gestão na ocupação do solo. O deslocamento do centro
empresarial do centro histórico da cidade para a sua região mais rica e cara
vem gerando problemas econômicos e sociais de elevada grandeza. Os problemas
estão em amarrados. Um realimenta o outro.
A
ocupação empresarial de regiões como Itaim Bibi, Berrini, Chucri Zaidan e etc.
exemplifica com clareza os problemas gerados pelo deslocamento do centro
empresarial. Por serem regiões ocupados pelos mais ricos estes lugares têm o
seu metro quadrado muito caro. Este fator impede a presença do comércio popular
nestas regiões. Isto significa que os trabalhadores que recebem salários até 3
salários mínimos não tem recursos para comprar produtos básicos, como alimentos
para o seu almoço perto do seu trabalho. Como estes trabalhadores moram longe
do local de trabalho eles saem de casa as 4 horas da manhã e retornam após as
20 horas. Eles usam o transporte público cujo trajeto parte do seu bairro, passa
pelo centro e vai para o destino através de ônibus e metrô. Em outras palavras,
o deslocamento da mão de obra para o trabalho gera gargalos e congestionamentos
na região central da cidade. Este é o motivo para o trânsito lento nas principais
vias expressas da capital.
Foi afirmado que o tempo médio para chegar no trabalho é o
mais alto desde 2009 e subiu dezessete minutos em relação ao ano de 2015.
Fonte: Paulistano
passa, em média, 1 mês e meio no trânsito por ano, http://veja.abril.com.br/brasil/paulistano-passa-em-media-1-mes-e-meio-no-transito-por-ano/, acessado em
03/11/2016
Os
gargalos gastam inutilmente o tempo da pessoas e empresas e retiram dinheiro da
economia paulistana. O tempo do deslocamento vem crescendo anualmente está reduzindo
a produtividade da cidade e aumentando os custos, pois de uma forma direta ele
é incorporado aos preços praticados. Uma forma fácil de constatar o estrago
causado pela baixa produtividade no setor de serviços é o fato do táxi na
cidade de são Paulo ser um dos mais caros do mundo (São Paulo tem o táxi mais
caro da América Latina, http://guiavilamascote.com.br/sao-paulo-tem-o-taxi-mais-caro-da-america-latina/, acessado em
03/11/2016).
Foi revelado que a região metropolitana da cidade de São
Paulo perdeu 7,8% do seu PIB em 2013 devido aos gargalos no transito.
Fonte: O desperdício do
trânsito, http://itgovrm.blogspot.com.br/2014/08/o-desperdicio-do-transito.html, acessado em
03/11/2016
Toda
a economia paulista e brasileira sofre com os custos extraordinários gerados pelos
congestionamentos e desperdícios. O problema social vem gerando vários custos
indiretos do deslocamento irracional. O primeiro está relacionado com a saúde
pública. Como os trabalhadores de menor renda não tem poder aquisitivo para
comer nos restaurantes na região do rico centro empresarial da cidade eles
acabam consumindo produtos industrializados baratos como batatas fritas, biscoitos
e outros alimentos não saudáveis. A consequência no médio e longo é uma
população obesa e sedentária (56,9% dos brasileiros têm excesso de peso, diz
pesquisa de saúde do IBGE, http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/08/569-dos-brasileiros-tem-excesso-de-peso-diz-pesquisa-de-saude-do-ibge.html, acessado em
03/11/2016).
As
pessoas que saem de casa de madrugada e chegam tarde da noite não tem tempo nem
energia para praticar exercícios diariamente. O resultado final deste ciclo é o
aumento crescente do custo da saúde e previdência pública por causa de doenças
cardiovasculares. Não é surpreendente que o orçamento da saúde e previdência governo
federal seja muito elevado e esteja crescendo continuamente (Pesquisa do Ipea
analisa gasto tributário em saúde no Brasil, http://www.brasil.gov.br/saude/2016/05/pesquisa-do-ipea-analisa-gasto-tributario-em-saude-no-brasil, acessado em
03/11/2016). A falta dinheiro para a saúde pública no Brasil exige que a
solução adotada seja a população mais saudável possível.
Este
não é o único problema social de alto custo gerado pelo deslocamento
improdutivo. As creches e a educação educacional estão sendo impactados pela
tolice realizada na ocupação do solo da cidade (Fila para conseguir vaga em
creches em São Paulo tem 150 mil crianças, http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/11/fila-para-conseguir-vaga-em-creches-em-sao-paulo-tem-150-mil-criancas.html / Horário de
atendimento nas creches, http://cidadao.reclameaqui.com.br/274589/prefeitura-sao-paulo/horario-de-atendimento-nas-creches, acessado em
03/11/2016). Os pais estão demandando que as creches e escolas abram mais cedo
e fechem mais tarde para que eles possam deixar os seus filhos nas escolas.
Para
resolver esta necessidade é preciso criar mais turnos nas creches e escolas
para que os pais consigam levar e pegar os filhos. O problema é que para muitos
as creches e escolas tem que abrir as 04:00 e fechar as 20:00 por causa do
tempo de deslocamento para o trabalho e do retorno. O retorno do centro
empresarial para o centro da cidade resolve este problema com impacto muito
menor nas finanças da cidade. Com o centro empresarial no centro da cidade, a
prefeitura pode abrir creches e escolas nas cercanias do centro empresarial. Os
pais estarão perto dos seus filhos e poderão acompanhar a evolução deles no
horário de almoço. As escolas poderão ficar abertas entre 08:00 e 18:00
mantendo os atuais turnos de funcionários e educadores. Uma vantagem adicional
é que os profissionais que trabalham nas escolas terão maiores facilidades para
o deslocamento e usarão o transporte público.
O
terceiro grave problema social gerado pela ocupação irracional do solo é o
custo da segurança pública da cidade de São Paulo (Gastos públicos com
segurança chegam a R$ 76 bilhões em 2015, http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/11/gastos-publicos-com-seguranca-chegam-r-76-bilhoes-em-2015.html, acessado em
03/11/2016). Os gastos municipais e estaduais com a segurança pública na cidade
de São Paulo estão crescendo ano após ano com resultados pobres. O abandono do
centro histórico é um dos grandes vilões. A região foi tomada pela
marginalidade que ocupam prédios abandonados e reduzem fortemente a
produtividade do trabalho. Muitos evitam passar na região após as 17:00. Várias
atividades que poderiam ser realizadas no período da tarde são adiadas para o
próximo período da manhã por conta da insegurança.
O
abandono exige mais policiais e recursos. São gastos absolutamente
improdutivos. A ocupação do centro pelas empresas tem a capacidade de
reformular o comércio e as atividades da região e expulsar as ações ilícitas da
região. É um jogo em que todos ganham. Em resumo, é preciso que o novo prefeito
da cidade, inicie o seu mandato em 2017 corrigindo as tolices feitas pelos seus
antecessores.
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