Os gurus da economia estão desenvolvendo várias teorias sobre o forte e intenso relacionamento entre o comportamento dos gastos, investimentos e contratações em TI e o desempenho geral da economia nas crises. A análise dos dados da crise global de 2008 confirma muitas teorias. Infelizmente para a população a prova concreta aconteceu através dos aspectos negativos da crise, ou seja, desemprego, recessão e cortes. A área de TI foi o primeiro departamento corporativo que sofreu significantes cortes orçamentários após a economia mundial entrar em colapso pela crise das hipotecas (ciclo de redução da taxa de crescimento e mergulho na recessão).
Os motivos para este comportamento são de fácil percepção e entendimento. Os investimentos em tecnologia de informações raramente retornam como aumento direto das receitas ou quantidade de clientes. Como eles representam uma grande parcela dos gastos corporativos e impactam com força o lado negativo da demonstração dos resultados, TI é o candidato natural para o primeiro grande corte orçamentário. Todos os trabalhadores em TI nas companhias nos últimos vinte anos já perceberam que no primeiro engasgo da economia, a organização de tecnologia sente quase que imediatamente o poder implacável do machado do corte no gasto, investimento e equipe.
No recente ciclo de recuperação da economia nacional (iniciado no último trimestre de 2009), uma pesquisa experimental mostrou antecipadamente a tendência de reversão do ciclo recessivo pelo crescimento das contratações e aumento dos gastos e investimentos em tecnologia de informações pelas empresas. Isto significa que os números de TI foram os primeiros na fila dos cortes quando as nuvens da tempestade aparecem no horizonte e também foram os primeiros que foram recuperados pela exigência de maior capacidade de atendimento aos clientes.
De uma forma ou outra os gastos, investimentos e contratações em TI estão refletindo com atraso muito pequeno as mudanças no nível de confiança dos consumidores e expectativa futura da economia regional. O comportamento financeiro de tecnologia de informações é muito sensível em relação ao nível de confiança e expectativa atual e futura por causa do tempo de resposta da organização de tecnologia (ele raramente é imediato). Por causa desta característica de construção é preciso realizar um intenso trabalho de planejamento para eliminar os efeitos da baixa velocidade de reação. Normalmente, o vencedor de uma corrida de média e longa duração não é o mais veloz. É o melhor preparado. Em geral, os projetos de TI são de médio e longo prazo em função: (i) requisitos complexos para a implantação dos sistemas, (ii) tempo necessário para o desenvolvimento e teste da tecnologia, (iii) necessidades específicas da administração dos dados e informações e (iv) amplitude dos requisitos para a integração dos sistemas relacionados. Com raríssimas exceções os investimentos nas tecnologias e integração dos sistemas sempre sinalizam as expectativas futuras do crescimento do negócio da companhia.
O nível de externalização e internalização de TI também esta fortemente relacionado com a confiança e expectativa econômica de curto e médio prazo. A terceirização justificada por motivações de negócio futuras (curto prazo) é um estratagema largamente utilizado para suprir as demandas imediatas de mão de obra especializada. Um crescimento nos contratos de curto prazo da mão de obra terceirizada de TI indica aumento da confiança no futuro da economia (existe na operação a execução de um bom e crescente volume de ações de negócio).
A externalização de TI com contratos de longo prazo indica tanto o crescimento da desconfiança na organização de tecnologia (ela não agrega valor aos produtos e serviços oferecidos e vendidos), como o desejo de eliminar ou reduzir os custos estruturais redundantes ou inúteis (expectativa de longa duração para a crise). A empresa quer reduzir as perdas e desperdícios mais significativos, porque o momento de contração mercado exige a redução dos custos e preços para manter as vendas.
Como ninguém terceiriza um centro de lucro é claro para os usuários de negócio que os serviços de TI oferecidos são de baixa importância e relevância em relação aos produtos e serviços vendidos pela empresa no mercado. A eliminação ou minimização destas perdas acontece pela estratégia de redução imediata de custo através da inteligência do mercado. O crescimento do prazo da externalização de TI neste contexto indica de alguma forma o grau da expectativa do mercado para a duração do epicentro da crise. Como o impacto na visão dos usuários de negócio os eventuais problemas na terceirização de tecnologia de informações para o cliente da empresa é baixo ou nulo, isto significa, que a recessão esta eliminando o custo dos trabalhos realizados por TI que são apenas e tão somente um mal necessário e não tem conexão com a realidade da operação do negócio.
O crescimento da internalização de TI indica que os sinais da confiança no futuro da economia são positivos e as empresas estão contratando profissionais experientes, porque precisam de talentos superiores para atender as necessidades de médio e prazo do negócio. O crescimento de longo prazo do mercado consumidor é mais bem endereçado pela contratação de longo prazo de profissionais experientes do que pela admissão de um estranho terceirizado que tem histórico de curta permanência nas empresas.
RESUMO
O aumento dos gastos das empresas em TI que soma valor é um forte indicador de maior volume transacional dentro das companhias. Como a tecnologia de informações que adiciona valor não desperdiça hardware, software, aplicações e pessoas, o aumento dos gastos indica a expectativa de crescimento do volume superior de vendas e faturamento. O giro do mercado registra no momento inicial da transição (recessão para crescimento ou crescimento para recessão) movimentações caóticas que apenas a capacidade do dinamismo do tempo real das aplicações de TI consegue revelar. Enxergar antecipadamente a luz no fim do túnel do mercado através de indicadores efetivos de TI é uma enorme vantagem competitiva para a antecipação do comportamento do mercado nas transições (entrada ou saída das crises).
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