terça-feira, 27 de junho de 2023

Inteligência artificial (IA) errou

Foi revelado que a inteligência artificial atribuiu indevidamente ao autor um fato criminoso praticado por terceiro. Fonte: Juiz manda remover falsa acusação de assédio contra médico de Bauru produzida por inteligência artificial, https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2023/06/23/juiz-manda-remover-falsa-acusacao-de-assedio-contra-medico-de-bauru-produzida-por-inteligencia-artificial.ghtml, acessado em 27/06/2023.

 

Foi revelado que o ChatGPT criou diversos casos judiciais. Fonte:  Deu ruim: advogado usou ChatGPT e chatbot inventou casos que não existem, https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2023/05/28/advogado-chatgpt.htm.

 

A inteligência artificial é um modelo, ou em outras palavras, uma simplificação da realidade. Os algoritmos são reducionismos da realidade, pois nem sempre todas as variáveis de um fenômeno são conhecidas pelos cientistas ou existem tantas variáveis que o sistema de equações é extraordinariamente complexo.

 

A simplificação não é um defeito, pois é preciso criar algoritmos factíveis com a prática da realidade para que a inteligência artificial seja usável.

 

Isto significa que sim a IA cometerá erros, por isto é tão importante saber perguntar e saber analisar as respostas. Na imensa maioria dos casos a inteligência artificial produzirá respostas para as boas perguntas, mas em alguns casos ou a pergunta gerará uma resposta falsa ou a IA errará.

 

O estado da arte da tecnologia não permite um copy e paste das respostas da IA sem a realização de uma análise analítica do conteúdo.

 

É preciso ter ciência que existem limitações e a resposta correta virá com a interação do ser humano com a máquina. Em muitos casos, o aprofundamento das perguntas em função das respostas anteriores faz o trabalho de verificação da veracidade e acuracidade da resposta dada pelo cérebro eletrônico.

 

Os erros que aparecerão em maior quantidade em função do volume de uso da IA, servem de parâmetros para reforçar o treinamento da inteligência artificial e de melhoria do modelo matemático dos algoritmos.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Impacto da tecnologia no negócio

Em pouco tempo a Shein no Brasil alcançou o faturamento das maiores lojas brasileiras. A varejista chinesa cresceu seu faturamento com uma taxa dez vezes maior que os varejistas nacionais.

 

O faturamento da Shein no Brasil é quase 100% de comércio eletrônico (uma pequena parte foi obtida na presença física temporária em alguns shoppings)

 

Ao contrário do varejo brasileiro, a Shein aposta muito na tecnologia e na capacitação dos funcionários para trabalhar com estoque de produtos acabados quase zero e produção sob demanda.

 

Alguns insistem em trabalho escravo e sonegação de impostos para justificar o crescimento do faturamento do varejista chinês.

 

Os que brigam contra os fatos apostam na criação de narrativas para mascarar as falhas cognitivas da gestão nacional.

 

Quando a Amazon entrou no Brasil ela levou em pouco tempo empresas centenárias para a recuperação judicial.

 

Não é difícil perceber a diferença da experiência do consumidor que existe entre a Shein e os varejistas nacionais.

 

Isto significa que a Shein no Brasil poderá repetir em breve o feito pela Amazon no Brasil. Alguns varejistas sucumbirão diante da competência capacidade e honestidade.

 

O artigo “Shein no Brasil já vende mais que a Marisa; entenda como o varejo brasileiro reage” (https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/06/vendas-da-shein-se-aproximam-das-grandes-redes-e-varejo-brasileiro-reage.shtml?utm_source=sharenativo&utm_medium=social&utm_campaign=sharenativo, acessado em 14/06/2023) revelou que apenas agora em 2023, o varejo de roupas decidiu reagir.

 

Estão sendo contratados sistemas de inteligência artificial para reduzir o estoque de produtos acabados e produzir conforme a demanda.

 

Por melhor que estes sistemas sejam, é preciso capacitar os profissionais humanos para que eles trabalhem com a inteligência artificial e gerem resultados.

 

O futuro revelará se os varejistas nacionais foram capazes de reagir adequadamente. Em particular eu acredito que teremos recuperações judiciais.

 

Quando nós olhamos a praça de alimentação dos shoppings, aeroportos etc. nós encontramos um domínio de marcas internacionais (a maioria é de empresas que nasceram nos Estados Unidos).

 

Muitos não entendem por que existe tal supremacia, se existe uma diversidade culinária bastante ampla no Brasil.

 

A tecnologia teve um papel muito importante na formatação da atual supremacia americana alimentar.

 

Muitas das chamadas gigantes dos alimentos, nasceram pequenas, muito pequenas, apenas um ponto físico de presença com capacidade de atender uns poucos clientes.

 

O delivery que é uma estratégia de negócio habilitada pela tecnologia do telefone e carro eliminou a limitação de atender uns poucos clientes no ponto físico de presença.

 

O capital financeiro e intelectual das gigantes dos alimentos cresceu exponencialmente durante algumas décadas e quando estas empresas entraram no Brasil elas eram muito mais poderosas que as empresas nacionais.

 

Muitas foram varridas do mapa porque não tinham capacidade financeira e intelectual para competir no mercado.

 

No Brasil a universalização do telefone e carro veio muito tempo depois dos Estados Unidos, ou seja, quando a universalização chegou também chegaram as gigantes da alimentação.

 

As empresas nacionais de alimentação não tiveram tempo para crescer e competir no mercado. Elas foram caindo como um castelo de cartas.

 

Duas tecnologias influenciaram o mercado brasileiro de alimentação fora de casa. A inteligência artificial está até o ano de 2023 fazendo o mesmo no varejo brasileiro.   

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Impacto da inteligência artificial no emprego e renda

O estudo “Tasks, Automation, and the Rise in U.S. Wage Inequality” (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.3982/ECTA19815, acessado em 07/06/2023) revelou que entre 50% e 70% das mudanças na estrutura salarial dos EUA nas últimas quatro décadas são explicadas por declínios salariais relativos aos trabalhadores que experimentam uma rápida automação.

 

Desde 1980, nos Estados Unidos, os salários reais dos trabalhadores com pós-graduação vêm aumentando e os salários reais dos trabalhadores de baixa escolaridade vem caindo.

 

Nos Estados Unidos, 80% do aumento dos salários dos trabalhadores com nível universitário pode ser explicado pela automação.

 

Nos Estados Unidos, entre 1980 e 2016, a automação responde por um aumento (cumulativo) de 3,4% no Total factor productivity, ou seja, salário real em declínio ou estagnado e crescimento lento da produtividade.

 

Apesar de inexistir um estudo semelhante para o mercado brasileiro, é possível perceber nos grandes números da economia nacional que o mesmo fenômeno vem ocorrendo no Brasil.

 

A introdução da transformação digital e inteligência artificial no ambiente empresarial nacional vem ocorrendo em larga escala nos últimos anos.

 

É fácil perceber o crescimento do salário real dos trabalhadores mais qualificados e o declínio do salário real dos trabalhadores de baixa escolaridade.

 

A inteligência artificial está entrando em diversos setores da economia, pois cerca de 20% dos empregos podem ser automatizados pela IA.

 

A inteligência artificial é na pratica um modelo matemático, ou seja, ela é uma simplificação da realidade, logo ela está sujeita a falhas e erros.

 

As empresas de todos os setores da economia estão buscando por trabalhadores que saibam trabalhar em colaboração com a IA, porque elas sabem que inexiste a perfeição em um modelo matemático.

 

É preciso saber perguntar e interpretar a resposta para obter ganhos de produtividade com o uso da inteligência artificial. Este é um dos motivos do porquê o salário real dos trabalhadores mais qualificados está crescendo em um momento em que postos de trabalho estão desaparecendo.

 

A automação leva para uma situação de dependência das máquinas, por isto, a atuação da central de atendimento é tão importante neste momento de transição.

 

Os trabalhadores do helpdesk que não forem capazes de trabalhar com uma inteligência artificial estão perdendo espaço e emprego na central de atendimento.

 

Dentro de alguns anos, muitos estarão redundantes e sem possibilidade de recolocação.

 

A necessidade de preparação para os recursos inteligentes não é para amanhã é para hoje.