Os personagens dos jogos de sucesso são em geral criações computacionais de monstros, parceiros, coadjuvantes etc.
Ainda hoje,
são raros os casos em que os personagens dos jogos têm personalidade.
Na
prática, eles são um “objeto animado” que acompanha o jogador na jornada em
busca da recompensa.
A
inteligência artificial está transformando os seres animados desinteressantes
em seres com personalidades que dialogam com o jogador e redefinem a experiência
do usuário.
Os
jogadores podem perguntar para os seus acompanhantes dicas sobre as recompensas
e como derrotar os seus oponentes em uma determinada fase do jogo.
As
conversas em linguagem natural com os acompanhantes da jornada melhoram a
qualidade das interações no jogo, aumenta o realismo da jornada e criam um
nível elevado de interatividade contínua do jogador com o universo digital.
A
natureza da relação estabelecida entre o jogador com a inteligência artificial
mudou radicalmente com a linguagem natural.
O
relacionamento entre o jogador e a inteligência artificial não é uma via de mão
única, pois existem princípios que norteiam as reações entre as partes.
Ao
enxergar uma criação digital com a mesma lente que o jogador enxerga as
relações humanas os valores éticos e morais entram no jogo.
Os vieses
comportamentais dos acompanhantes estão presentes na jornada e gerarão uma
percepção de atitude com base no padrão de julgamento do usuário.
Por causa
deste fenômeno, é preciso debater os estudos realizados sobre o comportamento
das pessoas nos jogos eletrônicos em que elas atuam acompanhadas por uma
inteligência artificial.
Um
personagem inteligente com viés violento e de desrespeito às leis pode
influenciar o comportamento futuro de um jogador adolescente ou de uma criança
ou de um adulto?
É preciso
mapear as semelhanças e diferenças nos comportamentos entre as máquinas e as
pessoas para entender as bases cognitivas da autoridade, justiça, lealdade etc.
Os jogos
que envolvem danos materiais e violência física precisam trabalhar as réguas
morais e éticas dos seres humanos.
É válido
que em um jogo um ser humano atire, mate, destrua etc. os seus oponentes.
No
entanto será que valido que a inteligência artificial que acompanha o jogador
na jornada incentive e aplauda este comportamento?
A IA é
capaz de induzir uma percepção análoga a um relacionamento humano e por isto os
processos intelectuais envolvidos precisam estimular os valores éticos e morais
e inibir os comportamentos inadequados.
Já
existem alguns casos de envolvimento afetivo entre um humano e uma inteligência
artificial de entretenimento, por isto, é preciso que estas relações em
linguagem natural sejam norteadas por bons princípios éticos.
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