Antes da pandemia do novo coronavírus existia uma pequena corrente que advogava e contratava profissionais de TI para as áreas de negócio.
As poucas
empresas praticavam esta filosofia em 2019 entendiam que era mais produtivo ter
na equipe de negócios um profissional de TI com especializações em
administração, economia e negócios do que trabalhar com os recursos
intelectuais da organização de tecnologia.
Em geral
eram empresas que estavam iniciando a jornada de transformação digital do seu modelo
de negócio.
Em 2022,
a maioria das empresas de grande e médio porte no Brasil estão optando pela
contratação de profissionais de TI para as áreas de negócio.
A área de
negócio ganhou aspecto multidisciplinar em termos da tecnologia por causa da
transformação digital do modelo de negócio.
Alguns
alegam que este formato é mais ágil, rápido e inteligente do que o modelo
tradicional da organização de TI (ela centraliza todas as atividades
relacionadas com a tecnologia).
Estamos
vendo em muitas corporações o esvaziamento da força interna da organização de
tecnologia e a sua redefinição para aspectos bastante especializados da
tecnologia.
Em alguns
casos a principal motivação para a mudança foi o fraco desempenho da central de
serviços de TI.
As
constantes falhas, as respostas óbvias, a ausência de lógica levaram as áreas
de negócio na direção de ter uma estrutura de recursos técnicos e humanos de TI
para manter o seu negócio operacional.
Empresas
do setor do varejo como Via (Casas Bahia e Ponto), Magazine Luiza e Lojas
Americanas estão investindo mais em tecnologia e logística do que em novas
lojas físicas.
Em 2021, o
Magalu investiu quase R$ 800 milhões em tecnologia e logística e investiu aproximadamente
R$ 220 milhões em novos pontos de venda.
A Via também
investiu aproximadamente R$ 220 milhões em novas lojas e investiu R$ 600
milhões em tecnologia e logística no ano de 2021.
Em 2021,
a Via (Casas Bahia e Ponto) teve aproximadamente 60% do
seu faturamento originado no comércio eletrônico.
Em 2021,
a Magazine Luiza teve aproximadamente 70% do seu faturamento originado no
comércio eletrônico.
Em 2021, as
Lojas Americanas tiveram aproximadamente 80 de todas as suas vendas
realizadas pela internet.
É fácil
perceber que o comércio eletrônico é responsável pela maior parte do
faturamento total de diversas empresas no Brasil.
As
constantes falhas da central de serviços geraram indisponibilidades que custaram
muito dinheiro para o negócio.
Este é o
principal motivo do crescimento exponencial de contratações de profissionais de
TI pelas áreas de negócio.
Estamos
diante de uma transformação organizacional que está gerando o esvaziamento das
funções executadas pela organização de TI.
É difícil
saber se esta filosofia avançará até o ponto de eliminação da organização de TI,
mas está bastante claro que as infinitas falhas da central de serviços no
endereçamento dos chamados abertos serão respondidas com um forte esvaziamento
da estrutura atual.
Foram dados
aos montes, os alertas sobre a necessidade de tratar os chamados conforme o seu
impacto no negócio.
Uns
poucos escutaram e evoluiriam e outros continuaram achando que era mais
importante por razões políticas "configurar o celular do filho do
diretor" do que resolver um chamado de comércio eletrônico.
A maioria
destes profissionais são sérios candidatos para entrar na espinal negativa de
carreira. No passado, eu vi muitos que entraram na espiral e nunca saíram.
Escolhas
foram feitas, avisos foram dados e as empresas resolveram resolver os seus
problemas de forma mais objetiva, ou seja, "emponderar" tecnologicamente as
áreas de negócio.
Alguns
profissionais de TI perderam os seus empregos por conta das suas escolhas.
Espero
que todos percebam o atual ciclo de mudanças causadas pela transformação
digital do modelo de negócio e mudem as suas atitudes e comportamentos.
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