terça-feira, 21 de novembro de 2017

A vitória da consistência

Recentemente o papa do Service Desk do Brasil publicou a postagem "Mansur, seu destino é sofrer. Assim como o meu." (http://www.4hd.com.br/blog/2017/09/06/mansur-seu-destino-e-sofrer-assim-como-o-meu/, acessado em 21/11/2017) e para a minha completa felicidade, os fatos revelaram que ele estava parcialmente errado. Sim, bob, existem situações onde a verdade vende e vende muito mais do que a mentira.

No mês de outubro de 2017 chegou ao Brasil o Galaxy note 8. Eu passei os últimos meses frustrado, porque o produto anterior note 7 foi retirado do mercado sem sequer dar um alô para os consumidores brasileiros. Por causa da frustração acumulada de um ano, eu fiz algo inédito. Comprei o produto na pré-venda e fiquei esperando pela sua entrega. No meu ponto de vista, esta é a pior modalidade de compra que existe na face terrestre. Eu gosto de comprar e sair com o produto debaixo do braço.

Quando chegou a entrega do notes 8 na loja, eu descobri que ele veio sem o kit completo prometido (aparelho mais o carregador sem fio e mais o DeX Station). Apenas o aparelho seria entregue. Após idas e vindas o gerente da loja resolveu ser honesto e transparente. Ele disse que não tinha como entregar o kit completo naquele momento e que eu poderia cancelar a compra. Expliquei que sou consumidor da linha note desde o primeiro e que eu queria o produto.

Ele ficou espantado com o fato de usar a linha por tanto tempo e pediu para fazer mais uma ligação. Na volta ele me disse que se eu aceitar esperar 60 dias ele ou devolveria o dinheiro destes dois acessórios ou os entregaria. Eu confesso que aceitei a condição duvidando da palavra do gerente. Para a minha completa surpresa e derrocada da postagem do bob, depois de duas semanas ele me ligou e entregou os dois acessórios faltantes.

Eu tinha pleno conhecimento que o prazo de 60 dias tinha margem de segurança pessoal de trinta dias do gerente, por isto me programei para voltar depois de um mês. A loja e os profissionais conseguiram superar todas as minhas expectativas e com isto venderam outros celulares e acessórios que darei de presente de Natal para os familiares e amigos.  Definitivamente a verdade vende mais que a mentira.

O lado negativo desta postagem é que ainda existem os que pautam as suas afirmações por inconsistências. São profissionais que não enxergam que estão comprometendo a credibilidade da sua organização. Lamentavelmente, existem enormes dificuldades na realização de operações matemáticas elementares e no entendimento do sentido definido nos dicionários para as palavras em português e em inglês.

Recentemente, eu participei uma polêmica inútil. Até aquele momento, eu considerava como impossível existir tantas afirmações inconsistentes. Em um determinado momento foi afirmado que faz parte da normalidade o aumento da taxa de juros durante a recessão. Tal afirmação revela uma enorme inconsistência com a realidade dos fatos. Durante crise e recessão de 2008, os Estados unidos, a zona do Euro, o Japão e etc. abaixaram os juros. Em alguns casos a taxa de juros ficou negativa (BC dos EUA reduz taxa de juros para menor nível histórico, http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL924851-9356,00-BC+DOS+EUA+REDUZ+TAXA+DE+JUROS+PARA+MENOR+NIVEL+HISTORICO.html). Em outras palavras, o período de recessão foi acompanhado por juros menores.

Para avaliar o caso brasileiro, onde a Selic nominal subiu entre 2014 e 2015 (11,75% em dezembro de 2014 para 14,25% ao ano em dezembro de 2015) é preciso levar em conta a inflação do período. A taxa de juros efetiva é a Selic nominal menos a inflação (IPCA por exemplo), ou seja, é necessário considerar a taxa de juros real da economia brasileira. O IPCA de 2014 foi 6,40% e 10,67% em 2015. É fácil perceber que a inflação disparou no Brasil durante a recessão (Inflação oficial fica em 10,67% em 2015, a maior desde 2002, http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/01/inflacao-oficial-fica-em-1067-em-2015.html).

A taxa de juros real é a diferença entre os juros nominais e a inflação. Não é difícil perceber que o período de recessão no Brasil foi acompanhado por uma taxa real de juros menor (caiu de 5,03% em 2014 para 3,23% em 2015). Como as empresas no Brasil, apreenderam que em momentos de alta da inflação é preciso trabalhar com estoque mínimo (ideal é ter estoque próximo a zero) e a taxa real de juros caiu, existe completa invalidação da conclusão que os juros maiores aumentaram o custo do estoque, gerando assim a estratégia de vender para redução do estoque e aumento da oferta de produtos e concorrência.

De uma forma muito simples, o aumento da oferta de bens e produtos em um momento de empobrecimento do país gera o fenômeno de redução da inflação. Como fato é fácil perceber a inflação aumentou e a concorrência diminuiu. O Black Friday de 2016 e anos anteriores ilustra bem o fenômeno da redução da concorrência. Uma das reclamações foi a maquiagem do desconto (Pedido cancelado, desconto falso: o que deu errado na última Black Friday, https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/11/20/principais-reclamacoes-black-friday.htm).

Em uma situação de aumento da competição dos concorrentes em um mercado comprador deve existir o acirramento das ofertas e redução dos preços. Neste cenário não existe espaço para maquiagem de descontos ou para aumentar o seu preço porque um concorrente subiu o preço do produto ou serviço (Preço de produtos é mais errático nas lojas virtuais na Black Friday, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/11/1936481-preco-de-produtos-e-mais-erratico-nas-lojas-virtuais-na-black-friday.shtml). Estas práticas só têm sentido quando a concorrência é baixa. Em um ambiente de intenso nível de competição, onde os concorrentes querem aumentar a sua participação do mercado, os vendedores mantem o preço dos seus produtos quando um concorrente aumenta o seu preço. É muito fácil perceber que os fatos conspiraram contra a afirmação que a recessão aumentou a concorrência no Brasil.

Todos sabem que os graves problemas dos Estados Unidos gerados crise de confiança de 2008, não foram resolvidos com a conversa fiada. Eles foram resolvidos com capacitação, honestidade e competência. O Brasil deveria refletir mais sobre os resultados alcançados pelos especialistas.

As empresas americanas como Uber, Amazon. Airbnb, Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp, Netflix e etc. não vieram para o Brasil porque o país estava em recessão. Elas vieram porque perceberam que os seus concorrentes eram fracos e sem capacidade de reação. Em cinco anos, a Netflix superou a segunda maior operadora de TV por assinatura e a terceira rede de TV aberta do Brasil (Netflix dobra tamanho em um ano e já fatura mais do que o SBT, http://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/mercado/netflix-dobra-tamanho-em-um-ano-e-ja-fatura-mais-do-que-o-sbt--13507).

O WhatsApp provocou pânico nas operadoras de telecomunicações (Operadoras culpam crise e "efeito WhatsApp" pelo fim de 10 milhões de linhas de celular no Brasil, https://adrenaline.uol.com.br/2015/12/09/39206/operadoras-culpam-crise-e-efeito-whatsapp-pelo-fim-de-10-milhoes-de-linhas-de-celular-no-brasil/). Em 2016, cerca de 1 milhão de turistas se hospedaram no Brasil por meio do Airbnb (Anfitriões do Airbnb no Brasil ganham R$6 mil por ano com aluguéis, http://idgnow.com.br/internet/2017/08/17/anfitrioes-do-airbnb-no-brasil-ganham-r-6-mil-por-ano-com-alugueis/).

Em uma visita aos shoppings da cidade de São Paulo é fácil notar que existe uma grande quantidade de lojas fechadas. Os passeios nas ruas e avenidas comerciais da cidade de São Paulo como a rua Augusta e as avenidas Faria Lima, Rebouças, Nove de Julho e etc. revelam que existe uma gigantesca quantidade de imóveis fechados com placas para alugar ou vender.

Os que afirmam que novos entrantes internacionais do ramo de lanchonetes, lavanderias e restaurantes estão chegando de forma crescente ao Brasil deveriam olhar também as empresas que saíram do país nos últimos anos, pois a concorrência aumenta quando o saldo entre entradas e saídas é positivo e diminui quando o saldo é negativo.

Nos últimos anos deixaram o Brasil por causa da recessão as multinacionais gigantes, ricas e poderosas como Fnac, Nintendo, Geely Motors, Accessorize, HSBC, Citibank, Duke Energy e Kirin (De saída do Brasil: confira as empresas que desistiram do país durante a crise, http://www.gazetadopovo.com.br/economia/de-saida-do-brasil-confira-as-empresas-que-desistiram-do-pais-durante-a-crise-eyjupo2hsj9d5s28ads1x2tzv).

A Foxconn anunciou que vai encerrar as suas atividades no solo brasileiro (Após decisão da Foxconn, iPhone vai deixar de ser fabricado no Brasil, https://www.tecmundo.com.br/iphone/118381-decisao-foxconn-iphone-deixar-fabricado-brasil.ht).

A gigante chinesa Xiaomi ficou no Brasil apenas entre 2015 e 2016. Ela decidiu sair do Brasil e investir no mercado oriental, Índia e Europa (VP brasileiro deixa a Xiaomi e apaga chances de a empresa voltar ao Brasil, https://www.tecmundo.com.br/xiaomi/113641-ceo-brasileiro-deixa-xiaomi-apaga-chances-empresa-voltar-brasil.htm).

Não é difícil perceber que o saldo de entradas e saídas é negativo. Afirmações como “os fatores de produção não são tão flexíveis”, “é raro uma empresa sair do mercado onde atua” e “é difícil encontrar mercado em expansão” foram destroçadas pelos fatos.

As empresas encontraram os caminhos óbvios e fáceis para tornar os fatores de produção flexíveis e sair do mercado. O banco Citibank que atuou no Brasil por décadas encontrou mercados em expansão da mesma forma que a empresa Xiaomi. Estas organizações contrataram profissionais capacitados que resolveram com enorme facilidade e velocidade os desafios relacionados com os fatores de produção.

A empresa Xiaomi faz mais em um minuto do que muitos realizaram na sua vida toda. Os competentes e alfabetizados executivos da empresa leram o livro “A Estratégia do Oceano Azul” e decidiram sair do oceano vermelho que é o Brasil onde o mercado está empobrecendo e foram para o oceano azul que é o mercado da Índia que está enriquecendo. A concorrência no Brasil diminuiu drasticamente durante a recessão, porque as empresas multinacionais e nacionais que produziam no pais, fecharam as portas no Brasil e buscaram mercados promissores (veja alguns dos exemplos listados a seguir).

·       Sandvik (Grupo Sandvik fecha fábrica de ferramentas no Brasil, http://www.usinagem-brasil.com.br/10162-grupo-sandvik-fecha-fabrica-de-ferramentas-no-brasil/)
·       MABE (As negociatas e fraudes por trás da falência da MABE, http://www.esquerdadiario.com.br/As-negociatas-e-fraudes-por-tras-da-falencia-da-MABE),
·       Comil (Comil Ônibus paralisa operação em Erechim http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/08/economia/518404-comil-onibus-paralisa-operacao-em-erechim.html)
·       Kasinski (Com demanda fraca, Kasinski fecha fábrica e demite 500 no AM, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1495925-com-demanda-fraca-kasinski-fecha-fabrica-e-demite-500-no-am.shtml)
·       Em 2015 cerca de 1.000 concessionárias fecharam as portas (Caos automotivo: em meio à crise, montadoras massacram concessionárias, http://m.jb.com.br/opiniao/noticias/2016/01/07/caos-automotivo-em-meio-a-crise-montadoras-massacram-concessionarias/)
·       MWM que fabricava motores para a General Motors (GM), além de possuir, até pouco tempo atrás, uma linha de caminhões, anunciou que fechará as portas em fevereiro de 2016 (MWM encerrará atividades e deixará 650 trabalhadores na rua, http://otimoneiro.com.br/mwm-encerrara-atividades-e-deixara-650-trabalhadores-na-rua/)
·       A fabricante de autopeças Delphi decidiu fechar a fábrica de Cotia. Até 2014, a multinacional tinha nove fábricas no País (Delphi fechou três fábricas de autopeças no Brasil este ano, http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,delphi-fechou-tres-fabricas-de-autopecas-no-brasil-este-ano--imp-,1738301)
·       Fiat, Hyundai, Toyota, Chery, Suzuki, TAC Motors, BMW, Paccar ou fecharam fabricas ou desistiram de investir no Brasil ou fizeram as duas coisas (Montadoras que abrirem fábricas no Brasil irão a falência, http://hariovaldo.cartacapital.com.br/site/2014/01/18/montadoras-que-abrirem-fabricas-no-brasil-irao-a-falencia/)
·       Chery (Chery suspende produção no Brasil por até cinco meses a partir de julho, http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2016/06/chery-suspende-producao-no-brasil-por-ate-cinco-meses-partir-de-julho.html)
·       Montadoras Chinesas (Montadoras chinesas vieram para vencer – mas deu tudo errado, https://exame.abril.com.br/revista-exame/vim-vi-e-perdi/)
·       Queda de consumo leva a capacidade ociosa na indústria (Indústria automobilística sofre com crescente queda na venda de veículos, http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/05/industria-automobilistica-sofre-com-crescente-queda-na-venda-de-veiculos.html)

Não é difícil perceber que as inconsistências perderam de goleada dos fatos. A maior derrota vem do território das importações. Foi afirmado que a presença crescente de importados aumentou a concorrência. Se ocorreu durante a recessão uma presença crescente de produtos importados isto significa que as importações brasileiras deveriam ter aumentado.

Em 2014 no início da recessão, o total das importações brasileiras era de US$ 229 bilhões (Balança comercial registra em 2014 primeiro déficit desde 2000, http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/01/balanca-comercial-registra-em-2014-primeiro-deficit-desde-2000.html) e em 2015 e 2016 na parte intermediária e final da recessão, o total das importações brasileiras era de US$ 171,45 bilhões em 2015 e US$ 137,55 bilhões em 2016. Entre 2016 e 2014 as importações caíram 91,45 bilhões de dólares ou quase 40% (Balança bate recorde e fecha 2016 com superávit de US$ 47,7 bilhões, https://g1.globo.com/economia/noticia/balanca-bate-recorde-e-fecha-2016-com-superavit-de-us-477-bilhoes.ghtml).

Não é difícil perceber que as importações entraram em queda livre e que o fenômeno restringiu a concorrência no solo nacional. Se considerarmos que os produtos produzidos localmente das multinacionais que deixaram o país durante a recessão foram substituídos por produtos importados então fica claro o tamanho da redução da concorrência. Em 2014 foram importados cerca de 230 bilhões de dólares com produção local de empresas como Nintendo, Geely Motors, Accessorize, Duke Energy e Kirin. Em 2016 foram importados cerca de US$ 140 bilhões sem a produção local da Nintendo, Geely Motors, Accessorize, Duke Energy e Kirin. A perda total do tamanho da concorrência ultrapassa os US$ 100 bilhões de dólares.

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) divulgou que em 2014 foram empacados 96.578 automóveis importados. Em 2015 foram emplacados 59.975 e em 2016 35.852 veículos importados. Entre 2016 e 2014 existiu uma redução espetacular de 60,726 automóveis. Os que enxergam um aumento crescente dos automóveis importados no Brasil estão sendo derrubados pelos fatos. Mais uma vez a concorrência diminuiu.

O real problema do emprego no Brasil não está relacionado com a legislação trabalhista ou com eventuais movimentos de consolidação de cargos executivos que viraram redundantes por conta do avanço da tecnologia. Tentar imaginar que os benefícios concedidos aos executivos diminuíram nos últimos anos é fugir da realidade. Não será contratando os pejotinhas que as empresas vão conseguir resultados positivos.

Desde os anos 1990, existe a estratégia de pejotizar os funcionários. O resultado final é a falência. A praticamente total das empresas nacionais de TIC que praticavam a pejotização desapareceu do mercado. Elas não aguentaram a concorrência das competentes empresas internacionais que contratavam conforme a legislação trabalhista.   O enorme atraso e consequente perda de capacidade competitiva foram os fatores decisivos para a derrocada das empresas nacionais de TI. A postagem “Bob, a terceirização é uma solução ou um problema?” (http://itgovrm.blogspot.com.br/2017/10/bob-terceirizacao-e-uma-solucao-ou-um.html) apresenta diversos casos de fraudes e perdas relacionadas com a pejotização.

Empresas como Facebook, Twitter e etc. nasceram com capital monetário inicial praticamente nulo. O real valor das organizações exponenciais está na sua capacitação cultural e intelectual. Enquanto empresas minúsculas viraram gigantes mundiais como a AirBnB, as empresas sucumbiram diante da concorrência que contratava gente gabaritada e ética dentro da legislação trabalhista.

O real problema do emprego no Brasil está na produtividade, capacitação profissional e no engajamento corporativo. Em 1980, o trabalhador chileno e o brasileiro apresentavam a mesma produtividade (trinta mil dólares por ano). Em 2016, o trabalhador brasileiro gerou US$ 30 mil e o chileno US$ 55 mil. Se considerarmos todo o avanço da tecnologia à disposição do trabalhador brasileiro fica claro que a sua produção intelectual regrediu muito (Viva Chile, https://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciusmota/2017/11/1936637-viva-chile.shtml?mobile).

Em 2015 durante a recessão, a produtividade do brasileiro caiu 3%, enquanto a do argentino que também estava enfrentando uma crise econômica subiu 74% e a da Chinês cresceu absurdos 422% (Fonte: Conference Board). É muito fácil perceber que o problema do emprego não é a legislação trabalhista. É a produtividade do brasileiro.

Observação:


Para a datação do período da recessão brasileira eu adotei o conceito do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) que existe recessão quando ocorre uma queda generalizada no nível de atividade econômica, independentemente de ter ocorrido dois trimestres seguidos de PIB negativo (Recessão brasileira acabou no fim de 2016, diz comitê da FGV que estuda ciclos econômicos, https://g1.globo.com/economia/noticia/recessao-brasileira-acabou-no-fim-de-2016-diz-comite-da-fgv-que-estuda-ciclos-economicos.ghtml).

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