De
uma forma intuitiva, todos nós sabemos que a burrice custa caro para as pessoas
e para as empresas. No entanto são raras as situações onde é possível medir
este custo.
O
caso da Roberta Sudbrack registrado nos artigos “Chef é barrada por fiscais e
tem prejuízo de R$ 200 mil no Rock in Rio” (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1919202-chef-e-barrada-por-fiscais-e-tem-prejuizo-de-r-200-mil-no-rock-in-rio.shtml,
acessado em 18/09/2017) e “Rock in Rio: Vigilância sanitária joga fora alimentos
da chef Roberta Sudbrack (http://epoca.globo.com/sociedade/bruno-astuto/noticia/2017/09/rock-rio-vigilancia-sanitaria-joga-fora-alimentos-da-chef-roberta-sudbrack.html,
acessado em 18/09/2017) revelaram uma perda de alimentos de R$ 200 mil.
É
obrigação de todo empreendedor conhecer todas as regras referentes ao seu
negócio. Não importa se o empresário as considera inconsistentes ou
irrelevantes. É evidente que um negócio de alimentação necessita de todos os
carimbos para funcionar. A chefe de
cozinha tem todo o direito de reclamar dos processos e até mesmo solicitar mudanças
nos mesmos. Mas ela não tem o direito de abrir a cozinha dela sem ter todos os
carimbos. Será que ela iria avisar os clientes dela sobre os carimbos
faltantes? Como ficam os outros chefes que batalharam por todos os carimbos na
concorrência com ela? Privilégios em um sistema sensível como o do segmento de
alimentação podem gerar enormes distorções no mercado.
Não
é justo para os clientes e concorrentes que a chef Sudbrack opere no Rock in Rio
com menos carimbos que os exigidos. Se os processos são complexos para ela eles
também são para os seus concorrentes. A ideia de favorecer empresas e criar
campeões nacionais resultou no escândalo da lava jato e na maior recessão
brasileira.
O
empreendedor deve estar preparado para atuar em todas as frentes do seu negócio
ou ele vai trabalhar como um chef de cozinha como a Roberta. Não existe
demérito algum em ser chefe de cozinha. É uma profissão honrada e cheia de
dificuldades. Se este é o caso da Sudbrack, ela deveria contratar funcionários
para cuidar dos carimbos. É um arranjo benéfico para ela, para os clientes e
para a sociedade.
É
claro que o governo tem o dever de facilitar a vida dos empreendedores
simplificando e automatizando os processos. No mundo digital é possível usar o
Blockchain para gerar todos os carimbos de forma automatizada e segura. O custo
é menor e a qualidade é maior. Basta condicionar a abertura do caixa com os
carimbos necessários em uma rede BlockChain para que toda a sociedade tenha
acesso a um sistema amigável e seguro.
É
pena que os gestores públicos nacionais e parte da sociedade brasileira estão
embalsamados na cultura do atraso. Todos sairão ganhando se o país usar os recursos
disponíveis em 2017.