No final de 2014 diversos veículos de
comunicação fizeram a tradicional retrospectiva do ano. Me chamou muita atenção
encontrar comentários exaltando o sucesso da realização da copa do mundo de
futebol no Brasil em 2014. Um evento capitalista como a copa só é um
sucesso quando gera lucro sustentável de longo prazo e cabe no bolso de curto
prazo dos organizadores, ou em outras palavras sobra alguma bufunfa para quem
trabalhou.
Diversas notícias revelam que a copa
mais atrapalhou do que ajudou na geração de bufunfa. A seguir reproduzo algumas
destas notícias. O balanço final revelado no artigo “Iniciativa privada bancou
apenas 17% dos estádios da Copa do Mundo” (http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2015/01/1571494-iniciativa-privada-bancou-apenas-7-dos-estadios-da-copa-do-mundo.shtml,
acessado em 27/01/2015) publicado pelo jornal Folha de São de Paulo em 07/01/2015
e 10/01/2015 revelou que apenas 17 por cento
do dinheiro investido nos estádios ou arenas foi privado. A participação mínima
do capital privado mostra que o projeto da copa do governo não foi comprado
pelo setor privado.
Todo e qualquer investimento público
focado nas classes A e B sem retorno de longo e com comprometimento do caixa de
curto prazo é concentrador de renda e alavancador da desigualdade social. Projetos
assim representam violações sociais graves. Infelizmente a copa de 2014 é um
dos mais graves casos de desgoverno da história da humanidade. As notas “Endividado,
DF terá que receber a F-Indy ou pagar multa milionária” (http://josecruz.blogosfera.uol.com.br/2015/01/endividado-df-tera-que-receber-a-f-indy-ou-pagar-multa-milionaria/,
acessado em 27/01/2015) e “Torneio de ingenuidade” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/203614-torneio-de-ingenuidade.shtml,
acessado em 27/01/2015) deixam claro que os bilhões gastos no estádio em
Brasília sem retorno algum comprometeram o caixa do governo do Distrito Federal
a ponto dele não ter dinheiro para pagar os seus funcionários e outras despesas
importantes.
No caso do Rio de janeiro o caso é mais
grave ainda. Os gastos no Maracanã comprometeram a capacidade do governo de
colocar combustível nos veículos da polícia. A segurança do Rio de Janeiro
ficou comprometida pela gastança irresponsável com a copa (PM confirma falta de
abastecimento de combustível, e racionamento é criticado pela Associação de
Praças: ‘É um risco’, http://extra.globo.com/casos-de-policia/pm-confirma-falta-de-abastecimento-de-combustivel-racionamento-criticado-pela-associacao-de-pracas-um-risco-14934391.html,
acessado em 27/01/2015).
Claramente o planejamento pobre da copa
no Brasil gerou perdas na economia. O ridículo PIB de 2014 que só com muita
sorte será nulo, mostra o tamanho da oportunidade perdida. Os elogios para a
organização da copa mostram que o Brasil está com os seus valores invertidos. O
artigo “No ano da Copa, gasto de estrangeiro aumenta apenas 3%” (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/205273-no-ano-da-copa-gasto-de-estrangeiro-aumenta-apenas-3.shtml,
acessado em 27/01/2015) revelou que o Banco Central esperava um crescimento de 700
milhões de dólares nos gastos dos
estrangeiros no Brasil por causa em
razão da Copa e eles aumentaram apenas 210 milhões de dólares.