Os Chief
Information Officer´s (CIOS) brasileiros já revelaram em reuniões, congressos,
artigos que estão sendo pressionados para apresentar inovações nas organizações
que trabalham. A maioria deles declarou que as restrições orçamentárias são a
maior barreira para as inovações. Os CIOS alegam que tem dinheiro apenas para
manter os sistemas atuais funcionando. Eu não tenho dúvida alguma que o
orçamento de Tecnologia de Informações (TI) é curto. Em 2007 afirmei que
isto iria ocorrer caso as práticas equivocadas na gestão da tecnologia
continuassem. Infelizmente os livros de governança publicados não foram
esclarecedores o suficiente para mudar a postura de fazer o mínimo possível. No
entanto, será que os executivos de TI não estão mais uma vez usando a muleta da
falta de dinheiro para justificar o fracasso da inovação da TI Nacional?
A regra básica
para que os profissionais de TI consigam propor inovações é que eles entendam o
negócio da empresa. As inovações não são meras trocas de tecnologia. Em outras palavras,
elas não podem ser manifestadas em adoções primárias tecnológicas como por
exemplo liberar o uso do iPhone ou trocar o Windows XP por Windows 8. O artigo “Autoatendimento
com qualidade e relacionamento próximo do cliente” publicado na revista SupportWorld
número 18 exemplifica mais um caso onde o entendimento do negócio inexiste. O
texto mostra de forma destacada a seguinte afirmação: "O autosserviço
reduz os custos, garante a disponibilidade a qualquer momento e em qualquer
localização". Apenas no texto completo é apresentado de forma tímida que o
autor está falando em redução significativa do custo com suporte técnico.
O artigo apresentou uma enorme gama de argumentos para justificar a hipótese
favorável ao autosserviço. São justificações sem consistência alguma para o
negócio.
O texto abordou
apenas a tecnologia pela tecnologia em todo o artigo. Todas as explicações
foram baseadas em premissas sem sentido para o negócio. Existiu um claro
despreparo empresarial, pois em nenhum momento foi feita a avaliação do custo
total do autosserviço. A pergunta corporativa mais importante sobre o assunto
(o que é melhor “reduzir o custo do suporte pelo autosserviço e aumentar o
custo total do negócio” ou “manter o custo do suporte e reduzir o custo total
do negócio”) não foi endereçada.
Em nenhum
momento o artigo apresenta uma resposta para o desafio empresarial de reduzir o
custo do negócio. A ausência da conta inteira do autosserviço revelou tanto o
desconhecimento de importantes variáveis do negócio como a falta de disposição
de sair da zona de conforto de tratar a tecnologia apenas pela tecnologia. O
fracasso da inovação em um cenário onde o perfil profissional desconhece o
negócio é inevitável. Os CIOS que querem e precisam inovar precisam
urgentemente ajustar o perfil profissional da sua equipe pela contratação de
profissionais qualificados e experientes.
A formação de
uma equipe de TI pela contratação de profissionais qualificados formados nas
boas escolas de engenharia tem a vantagem adicional de contar com um time
formado por seres humanos com valores éticos e morais elevados. Pessoas
honestas conseguem trabalhar facilmente em regime de colaboração e produzir
inovações permanente. Inovar exige a inteligência coletiva multidisciplinar. Pessoas
de confiança são capazes de trocar experiências em grupo e criar coisas novas. Não
existe neste meio a pratica de furtar ideias. Um dos principais pilares da
inovação é a confiança. Os CIOS nacionais que querem entrar no jogo da inovação
precisam urgentemente revisitar as suas equipes. O salário pago para
profissionais preparados gera elevado retorno em termos de inovações.
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